Jairo Corrêa, presidente da SPO, compartilha texto enviado por Gerson Köhler e Juarez Köhler, como preâmbulo de um artigo publicado na revista.
Adentrando ao tema zumbido de origem somatossensorial craniofacial, sem dúvida, encontraremos ligações precisas relacionadas aos problemas do sistema dentomaxilofacial.
A Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares fazem parte deste cenário, com profissionais excelentes, como os professores Gerson Köhler e Juarez Köhler, que há 15 anos trabalham com pacientes portadores desse problema no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná e desenvolvem estudos, pesquisas e atendimento primoroso.
O texto a seguir foi enviado por eles como preâmbulo de um artigo que a revista publicará. Confira:
Quando os denominados distúrbios acuofênios não estão ligados às patologias cocleares (dos ouvidos internos), os médicos otorrinolaringologistas e, principalmente, os otoneurologistas (neurologistas do ouvido interno) nos encaminham seus pacientes para avaliação e tratamento, pois as questões somatossensoriais craniofaciais serão, com certeza, a etiologia entre as mais de 200 possíveis na geração e percepção do desconfortante e, às vezes, desesperador e incapacitante zumbido.
Em 1934, James Costen, um médico otorrinolaringologista, já tinha colocado cientificamente que as questões de ATMs disfuncionais, oclusão/desoclusão dentárias alteradas e ação neuromuscular craniofacial inadequadas poderiam estar associadas aos sintomas acuofênios (sendo o zumbido o principal deles).
Modernamente, em 1999, o médico americano Robert Levine, neurologista que foi diretor da Harvard Medical School, elaborou uma teoria consistente sobre estas interligações: o sistema estomatognático versus sintomas acuofênios, com a Teoria da Somatossensorialidade Craniofacial.
Em 2018, na cidade alemã de Regen, as sociedades médicas e odontológicas organizaram um Consenso sobre Zumbido Somatossensorial ou Somatosensory Tinnitus Consensus, tornando o assunto oficial em termos médicos e evidenciando com clareza que, na presença desta disfuncionalidade somatossensorial da região craniocervicofacial, a Odontologia precisa participar da interdisciplinaridade médica para o restabelecimento e a cura dos pacientes.
Acredito nos exemplos dos mestres curitibanos, que precisam ser aplicados em todos os departamentos de Otorrinolaringologia, com a presença constante de especialistas na ciência de Angle e Korkhaus. O zumbido enquadrado nas questões dos sintomas acuofênios é um atendimento científico que visa o bem-estar físico, mental e social do paciente.
Jairo Corrêa
Presidente da SPO