Percepção da face no tratamento da classe II: o que os pacientes têm a nos dizer?

Percepção da face no tratamento da classe II: o que os pacientes têm a nos dizer?

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Estudo conta com amostra de avaliadores composta por 30 ortodontistas e 30 leigos, e demonstra a diferença na percepção da face e suas alterações.

AUTORES

Ana Cláudia de Castro Ferreira Conti
Profa. Dra. do curso de pós-graduação em Odontologia, área de Ortodontia – Universidade Norte do Paraná (Unopar).
Orcid: 0000-0001-9658-1652.

Nayara Caldas Pereira
Aluna do mestrado em Odontologia, área de Ortodontia – Universidade Norte do Paraná (Unopar).
Orcid: 0000-0002-5659-8107.

Fernando André Barth
Mestre em Ortodontia – Universidade do Sagrado Coração.
Orcid: 0000-0002-5281-8176.

Thaís Maria Freire Fernandes
Profa. Dra. do curso de pós-graduação em Odontologia, área de Ortodontia – Universidade Norte do Paraná (Unopar).
Orcid: 0000-0002-4368-8568.

Paula Vanessa Pedron Oltramari
Profa. Dra. do curso de pós-graduação em Odontologia, área de Ortodontia – Universidade Norte do Paraná (Unopar).
Orcid: 0000-0002-2285-5179.

Renata Rodrigues de Almeida-Pedrin
Profa. Dra. do curso de pós-graduação em Odontologia, área de Ortodontia – Universidade Norte do Paraná (Unopar).
Orcid: 0000-0002-4283-1051.

RESUMO

A má-oclusão esquelética de classe II apresenta como principal fator etiológico o retrognatismo mandibular. O perfil facial convexo característico dessa má-oclusão associado às alterações oclusais, trespasse horizontal aumentado e excesso de vestibularização dos incisivos superiores pode contribuir para uma importante demanda por tratamento desses pacientes. Vários protocolos de tratamento ortopédico são descritos na literatura para o tratamento de pacientes em crescimento, embora esses aparelhos ortopédicos visem à correção das relações esqueléticas, os maiores efeitos são os dentoalveolares, como a inclinação para palatino dos incisivos superiores e inclinação para vestibular dos incisivos inferiores. Essas alterações podem influenciar o perfil facial dos pacientes tratados, uma vez que os tecidos moles estão apoiados nos dentes e esqueleto. Alterações de tecido mole contribuem para a diminuição da convexidade do perfil e apesar dessas alterações serem suaves e variáveis, parece que os pacientes e leigos tendem a apresentar uma percepção diferente dos ortodontistas em relação a esses efeitos. Os pacientes se enxergam de frente, e pouco impacto na face decorrente da má-oclusão de classe II é observado na visão frontal, o que poderia explicar esse julgamento menos crítico dos perfis de pessoas tratadas. Nesse sentido, os ortodontistas deveriam entender a visão dos pacientes durante o planejamento dos casos, procurando atender suas expectativas. Em casos de pacientes classe II sem queixa facial e quando a desarmonia é tratável ortodonticamente, deve-se sempre priorizar a correção oclusal aceitando os limites da nossa abordagem de tratamento na face.

Unitermos – Má-oclusão de Angle classe II; Percepção; Ortopedia.

ABSTRACT

Mandibular retrognathism is the main etiological factor for the Class II skeletal malocclusion. The convex facial profile characteristic of this malocclusion associated with occlusal alterations, increased overjet and excessive proclination of the upper incisors, may contribute to an important demand for treatment of these patients. Several orthopedic treatment protocols are described in the literature for the treatment of growing patients. Although these orthopedic appliances aim to correct the skeletal relationships, the major effects are dentoalveolar, such as palatal inclination of the upper incisors and buccal inclination of the lower incisors. These changes may influence the facial profile of treated patients, since the soft tissues are supported by the teeth and jaw bone. Changes in soft tissue contribute to the reduction of profile convexity and although these changes are mild and variable, it seems that patients and lay people tend to present a different perception of orthodontists in relation to these effects. Patients usually look themselves in a frontal view and little impact on the face due to Class II malocclusion is observed in this view, which could explain this less critical judgment of the profiles. In this sense, orthodontists should understand the patients’ vision during the planning of the cases, trying to meet their expectations. In cases of Class II patients without facial complaints and when the disharmony is orthodontically treatable, occlusal correction should always be prioritized by accepting the limits of our treatment approach on the face.

Key words – Angle Class II malocclusion; Perception; Orthopedics.

Recebido em set/2019
Aprovado em set/2019

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