Conheça alguns recursos importantes para a recuperação e captação de pacientes na Ortodontia, especialmente nesse período de pandemia de Covid-19.
Por Renata Putinatti
Passado o período mais crítico da pandemia, quando os consultórios odontológicos permaneceram fechados, os ortodontistas tiveram que lidar com outros obstáculos: o temor e a resistência dos pacientes em retomarem o tratamento, a queda brusca de novos pacientes e o menor número de atendimentos devido às medidas de segurança sanitária.
Para reverter esse cenário, é importante contar com os diversos meios digitais para a captação de novos pacientes – já que as pessoas se mantiveram por mais tempo conectadas e aprenderam a consumir conteúdo e produtos via internet.
Flavio Alves Ribeiro, cirurgião-dentista e especialista em Finanças, Precificação e Planejamento de Carreira, cita como exemplo o Instagram, que pode ser usado como plataforma de divulgação para o paciente conhecer o profissional antes de ir ao consultório, além de ser um ambiente para desenvolver sua marca (clínica) e ter um crescimento mais orgânico e consistente. Também é possível investir em impulsionamento, ou seja, uma estratégia calculada que pode aumentar seu fluxo de clientes mais rapidamente. Mas nenhuma ferramenta é mais importante para o dentista do que o boca a boca. “Seu cliente deve ser seu maior indicador. Invista e estimule-o a fazer isso, seja por meio de programas de fidelidade, descontos em prevenção recorrente ou bonificação no tratamento”, explica.
Para ter sucesso na exposição nas mídias sociais, é imperativo entender que misturar vida profissional com vida pessoal é um ponto que alavanca a construção da marca, do currículo digital e aprofunda a percepção das pessoas em relação a você no seu segmento profissional. Por isso, é importante dedicar um percentual dos custos fixos anuais do negócio para marketing e impulsionamento de marca.
Outro desafio para os dentistas é equilibrar o maior “tempo de agenda” e o aumento dos custos com os insumos de biossegurança. “O tempo de agenda é maior do que o tempo de boca. Então, é fundamental organizar e planejar, quando possível, mais procedimentos por atendimento para reduzir o número de consultas por plano de tratamento”, recomenda Ribeiro.
Um novo modelo de negócio
O fator econômico também contribui para que os pacientes adiem a ida ao dentista neste momento. E esse é um grande desafio para a Ortodontia, que tem como principal modelo de negócio a consulta de manutenção dos aparelhos. Se o tratamento foi interrompido durante a pandemia, Flavio Ribeiro sugere renegociar passivos e facilitar, dentro das possibilidades, para que o paciente retome a rotina de atendimentos. Também, é hora de fazer contato com os pacientes que realizaram avaliações e não retornaram. “O parcelamento de passivos e de novos tratamentos gera receita recorrente, uma vez que estamos com taxas baixas de crédito. Essa é uma ótima estratégia para aumentar as vendas”, afirma.
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A pandemia abriu um novo caminho para a Ortodontia: migrar para tratamentos fechados, ou seja, cobrar pela execução do plano de tratamento sem ter a manutenção como referência de cobrança e precificação. Essa transformação exige mensurar o tempo de agenda necessário para entregar o planejamento e a execução do tratamento ortodôntico ao longo dos meses.
Um ponto essencial é o paciente se sentir seguro no consultório e saber que todos os protocolos de biossegurança estão sendo seguidos. “Pontualidade, produtividade e planejamento são igualmente importantes para clínicas que buscam de forma estratégica alcançar sucesso e alta performance. Pontualidade para controlar todo o tempo de agenda necessário para se organizar entre um paciente e outro. Produtividade para preparar e entregar um plano de tratamento em menos tempo e com menos consultas – atender quatro pacientes por dia a cada duas horas pode ser melhor do que atender oito pacientes por dia a cada hora. Já o planejamento é fundamental para saber o tamanho e o potencial de seu negócio”, sintetiza Ribeiro.
Segundo o especialista, uma grande mudança na percepção de negócio e carreira é o planejamento anual de custos e metas, que permite entender como algumas decisões tomadas no presente irão impactar o futuro. Outra iniciativa é fazer o levantamento de custos, planejamento tributário, saber precificar e analisar o custo de vida pessoal para conseguir equilibrar as contas.