Alinhadores na correção da Classe II: elásticos intermaxilares ou mini-implantes extra-alveolares?

Alinhadores na correção da Classe II: elásticos intermaxilares ou mini-implantes extra-alveolares?

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Marcio Almeida apresenta dois casos clínicos para refletir sobre o uso de alinhadores em casos de Classe II.

Você sabia que o passado está na sua cabeça e o futuro nas suas mãos? Pois é, quem nunca questionou a efetividade dos alinhadores ortodônticos para a correção da Classe II que atire a primeira pedra.

Não é difícil imaginar que surgem várias dúvidas – até para os mais experientes – sobre a correção de Classe II. Sempre vêm aqueles questionamentos: devo usar aparelhos fixos? Será que o paciente vai colaborar com os elásticos? Será que o plástico conseguirá mover todo o arco superior para distal em 3 mm ou 4 mm? É preciso reforçar a ancoragem com mini-implantes? Qual tipo de mini-implante usar?

A Ortodontia é dinâmica, democrática e dicotômica – não tem certo ou errado, tampouco melhor ou pior. Existem preferências pessoais angariadas ao longo do tempo com clínicos ou pesquisadores, seja por meio da prática diária ou pelas evidências científicas.

Todo ortodontista deve ter “cartas na manga” e jogo de cintura para ler e entender as preferências dos pacientes. Caso a opção seja pelos alinhadores, é preciso saber que, para chegar ao resultado almejado, deve haver dedicação no planejamento virtual e no aporte biomecânico (reforçando ao máximo a ancoragem), bem como na colaboração do paciente.

A seguir, os dois casos ilustrados levam a refletir sobre esse tema (Figura 1). No caso clínico 1 (Figuras 2 a 4), um adolescente de 16 anos de idade e portador de Classe II dentoalveolar foi tratado com a terapia de elásticos intermaxilares de Classe II. Por outro lado, o caso clínico 2 (Figuras 5 a 7) mostra o tratamento de Classe II com mini-implantes extra-alveolares. Particularmente, eu adoro o auxílio de ancoragem com mini-implantes extra-alveolares em situações com erro sagital, principalmente na mais prevalente má-oclusão que nos cerca, a Classe II. Isso porque é possível manejar o problema anteroposterior sem depender da cooperação do paciente em usar o elástico de Classe II. No ClinCheck, basta prescrever a distalização sequencial de três dentes simultaneamente e instalar parafusos em crista infrazigomática (IZC) desde o início da mecânica de distalização. Como os parafusos estão localizados à frente dos molares, eles não impedem a mecânica de distalização sequencial. Além disso, potencializa a correção da mecânica, prevenindo a perda de ancoragem decorrente da distalização de todo o bloco posterior.

Os ortodontistas devem comandar e pilotar a mecânica, independentemente da escolha do aparelho ou da técnica. Lembre-se de que você não é derrotado na Ortodontia quando erra ou quando o caso não fica bom, afinal são vários os problemas no dia a dia. Você é derrotado quando desiste ou quando blinda a mente para inovações tecnológicas, como os alinhadores e os miniparafusos. O sucesso é a combinação de erros e acertos, é a soma de pequenos esforços repetidos todos os dias. É a determinação de continuar tentando.