O que pode parecer um simples contato entre doutor e paciente, também é uma ótima oportunidade de colher informações para o procedimento e trazer segurança ao paciente.

O sucesso de um cirurgião-dentista clínico depende de inúmeros fatores técnicos, científicos e administrativos, geralmente ensinados nos cursos de graduação e pós-graduação. Porém, a maneira como devemos conversar com pacientes – um tópico de enorme importância e praticado todos os dias – não costuma ser abordada em nossa formação.

O longo período de quarentena, decorrente da propagação da Covid-19, modificou hábitos e interações sociais, gerando um perceptível aumento de ansiedade e insegurança na população. Nesse cenário, expor alguns diagnósticos mais delicados, tais como a necessidade de procedimentos invasivos ou cirúrgicos, requer máxima habilidade por parte do colega.

Na Medicina, principalmente na área oncológica, que costuma ter procedimentos extremamente desafiadores, existem protocolos criados para que o profissional apresente o diagnóstico ao paciente e delineie futuras terapias. De maneira geral, a sequência requer a seleção de um ambiente tranquilo e privativo para, em seguida, ouvir o paciente e perceber suas ansiedades. Depois, é necessário conversar abertamente sobre o problema, transmitindo de maneira clara e objetiva o seu diagnóstico, e, por fim, expor as diversas opções e elaborar um plano de tratamento.

Uma conversa aberta e clara, com respeito aos temores do paciente e pautada na ética necessária a qualquer profissão da Saúde, é a base para que possamos demonstrar empatia e nos colocar ao lado do paciente, mesmo nos momentos mais delicados.