O mesmo tratamento pode passar por diferentes metodologias para atingir resultados similares. Aqui, Marcio Almeida apresenta possíveis abordagens de tratamento do segundo molar. 

Quem nunca se deparou com segundo molar inferior impactado? Uma situação bem típica na clínica hodiernamente, não é verdade? Pois é. Se tem um dente complexo para alinhar corretamente, esse dente é o segundo molar (Figuras 1). E olha que ainda têm ortodontistas que não o bandam ou o colam. Aliás, uma das maiores causas de reprova nos cursos da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) é o correto alinhamento do segundo molar.

Então, como desimpactar o segundo molar? É possível seguir dois caminhos mecânicos: o mais simples ou o mais complexo. Biomecanicamente, temos que propiciar um movimento no molar (tip-back), bem como uma força vertical extrusiva, haja vista que geralmente ele está submerso. Em algumas situações, como no caso clínico 1 (Figuras 2 a 5), simplifico a biomecânica quando preciso reposicionar os segundos molares no arco usando uma extensão de fio NiTi, que parte do tubo do primeiro molar encaixado por distal no segundo molar. Isso provoca um giro molar horário e uma extrusão simultaneamente. A vantagem é não ter efeito colateral nos dentes de ancoragem.

Outra solução, mostrada no caso clínico 2 (Figuras 6 a 9), é o clássico cantiléver. A biomecânica “na veia” pode adicionar um pouco mais de eficiência, porém pode ocorrer algum efeito colateral na região do apoio da alavanca. Neste caso clínico apresentado, não foi observado efeito indesejável na região dos pré-molares inferiores.

Uma pergunta comum: qual técnica usar? Tem uma melhor do que a outra? Na Ortodontia é assim, temos caminhos diferentes para chegar nos mesmos resultados. E quer saber? Tudo é mutável, não tem certo ou errado, melhor ou pior. Temos que ser versáteis, flexíveis e ecléticos.

Se você estiver na dúvida, não tem problema. Quem sabe se juntarmos todas as nossas dúvidas não criaremos uma certeza? Afinal, a vida é feita muito mais de dúvidas do que de certezas, não é verdade?